"Só com informação adequada os portugueses poderão tomar decisões conscientes", escreve Gouveia e Melo no artigo publicado no jornal SOL.
Henrique Gouveia e Melo enumera os temas que considera mais relevantes nas legislativas antecipadas. Ou seja, prosperidade, equidade, segurança e liberdade.
O artigo, dividido por áreas e semelhante a um programa eleitoral, revela a importância que a economia de defesa tem para o Almirante, uma vez que ao potenciá-la “como motor de inovação tecnológica e soberania estratégica permitirá um maior retorno do investimento”.
O eventual futuro candidato presidencial considera “certamente interessante” “expandir a indústria naval especializada, tirando partido da posição geográfica e das competências tecnológicas do país”.
Considera “uma solução exigente mas necessária” “a redução gradual e generalizada dos impostos, sem comprometer a defesa do Estado Social” e quer que seja feita “uma reforma profunda da Administração Pública”.
Quanto à economia, diz que “há um ciclo pernicioso para a economia que deve ser quebrado.
As empresas não devem ser obrigadas a entrar no jogo das influências e proximidade do aparelho do Estado para sobreviver”.
“Se queremos empresas de sucesso, temos de lhes proporcionar um ecossistema institucional fiável, justo, estável e livre dos pequenos poderes”, considera Gouveia e Melo.
Ainda na economia, sublinha que Portugal precisa de “mais empresários capazes e ousados” e critica “uma cultura avessa ao risco e desconfiada dos empresários” porque “enfraquece a economia”.
No texto, o almirante na reserva traça um
plano de ação no contexto da incerteza internacional. Destaca a necessidade de "solidificar e expandir a base económica de retaguarda",
mantendo e reforçando as relações económicas com os outros 26 países da União Europeia, explorando parcerias e sinergias "em setores estratégicos".
Aponta a necessidade de
diversificar mercados para "reduzir o risco nas importações e exportações". Quer ainda uma maior aposta no mar e na defesa, considerando que "está quase tudo por fazer" na economia do mar.
Pede uma
aposta num quadro legislativo estável, na redução de burocracia e na agilização da justiça.
Na educação e formação, defende uma cultura de exigência e uma aposta nas competências digitais e tecnológicas.
Na área da imigração, entende que é necessário haver uma política de imigração alinhada com as necessidades do país para resolver o 'inverno demográfico'. Também diz que se
deve regular a imigração "consoante a capacidade de acolhimento, alinhada com o interesse nacional".
Aponta ainda a necessidade de apostar no
investimento de novas habitações numa produção industrializada e modular, aumentando a disponibilidade e reduzindo custos,
aliado a uma simplificação burocrática e reordenamento territorial.