Legislativas. Gouveia e Melo quer campanha "sem demagogias"

por Cristina Santos - RTP
Tiago Petinga - Lusa

O almirante na reserva, que ainda não anunciou formalmente a candidatura presidencial, mas que age como candidato a Belém, defende que os partidos devem ser "claros e objetivos" nas suas propostas, "sem demagogias ou evitando discutir problemas difíceis".

"Só com informação adequada os portugueses poderão tomar decisões conscientes", escreve Gouveia e Melo no artigo publicado no jornal SOL.

Henrique Gouveia e Melo enumera os temas que considera mais relevantes nas legislativas antecipadas. Ou seja, prosperidade, equidade, segurança e liberdade.

O artigo, dividido por áreas e semelhante a um programa eleitoral, revela a importância que a economia de defesa tem para o Almirante, uma vez que ao potenciá-la “como motor de inovação tecnológica e soberania estratégica permitirá um maior retorno do investimento”.

O eventual futuro candidato presidencial considera “certamente interessante” “expandir a indústria naval especializada, tirando partido da posição geográfica e das competências tecnológicas do país”.

Considera “uma solução exigente mas necessária” “a redução gradual e generalizada dos impostos, sem comprometer a defesa do Estado Social” e quer que seja feita “uma reforma profunda da Administração Pública”.
Quanto à economia, diz que “há um ciclo pernicioso para a economia que deve ser quebrado. As empresas não devem ser obrigadas a entrar no jogo das influências e proximidade do aparelho do Estado para sobreviver”. “Se queremos empresas de sucesso, temos de lhes proporcionar um ecossistema institucional fiável, justo, estável e livre dos pequenos poderes”, considera Gouveia e Melo.
Ainda na economia, sublinha que Portugal precisa de “mais empresários capazes e ousados” e critica “uma cultura avessa ao risco e desconfiada dos empresários” porque “enfraquece a economia”.

No texto, o almirante na reserva traça um plano de ação no contexto da incerteza internacional. Destaca a necessidade de "solidificar e expandir a base económica de retaguarda", mantendo e reforçando as relações económicas com os outros 26 países da União Europeia, explorando parcerias e sinergias "em setores estratégicos".

Aponta a necessidade de diversificar mercados para "reduzir o risco nas importações e exportações". Quer ainda uma maior aposta no mar e na defesa, considerando que "está quase tudo por fazer" na economia do mar.

Pede uma aposta num quadro legislativo estável, na redução de burocracia e na agilização da justiça.

Na educação e formação, defende uma cultura de exigência e uma aposta nas competências digitais e tecnológicas.

Na área da imigração, entende que é necessário haver uma política de imigração alinhada com as necessidades do país para resolver o 'inverno demográfico'. Também diz que se deve regular a imigração "consoante a capacidade de acolhimento, alinhada com o interesse nacional".

Aponta ainda a necessidade de apostar no investimento de novas habitações numa produção industrializada e modular, aumentando a disponibilidade e reduzindo custos, aliado a uma simplificação burocrática e reordenamento territorial.
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